Sobre a ACCITA

História

Aqui em tapes, desde 1929, sede do município, transferida de vasconcelos, ou melhor, dores de camaquã, hoje sentinela do sul, através de um movimento pouco comum, pois não houve emancipação, e sim, transferência da sede, com grande polêmica na época, mas sem dúvida com a intenção de aproximação da orla da lagoa, pois através dos portos, iam e vinham todos os principais recursos econômicos da região.

O povoado de Tapes tornou-se economicamente mais progressista que a sede, o que justificou a transferência.

Com o desenvolvimento da pecuária (charque), que foi originalmente a primeira grande alavanca do desenvolvimento, até a promissora atividade da agricultura, com extraordinário incremento das lavouras de arroz, salientando também a importância da crina vegetal. surgem paralelamente em nossa região uma crescente atividade pautada pelo comércio, engenhos de beneficiamento de arroz e pequenas indústrias.

Em 1935, em meio aos problemas do estado, da união, e porque não do mundo, com informações que chegavam ao nosso município, com a lentidão própria daqueles anos, eis que surge um grupo de comerciantes e industriais Tapenses (presentes em grande número, conforme ata impecável da primeira reunião que antecedeu a própria fundação da entidade, lavrada pelo secretário sr. luiz pinhatti, aos dezenove dias do mês de novembro de 1935) orientados e a convite do Sr. Eduardo Verdi, presidente da associação dos cerealistas e molhadistas de Porto Alegre, que formaram uma assembleia em sala gentilmente cedida pelo clube aliança. O clube aliança que já era o palco dos principais acontecimentos sociais da época, com marcantes bailes, inclusive de carnaval (nessa ocasião foi convidado para presidir a assembleia, o capitão octaviano paixao coelho, então prefeito municipal de Tapes, que em sequência deu a palavra ao Sr. Eduardo Verdi para expor os fins da reunião, o qual explicou longamente das vantagens de organização de uma entidade de classe, destinada a defesa dos direitos e interesses do comércio local. Propôs então a imediata fundação da Associação Comercial de Tapes, o que foi aprovado por todos com vibrante salva de palmas (a seguir foi aclamada uma diretoria provisória, que ficou assim constituída):

• Presidente: Chequer Buchain

• Secretário: Luiz Pinhatti

• Tesoureuri: Egidio Andreotti

• Orador: Dr. Mario Boanova Rosa

Ficou a cargo desta diretoria provisória a formação de uma comissão, que teve como incumbencia, elaborar os estatutos. foram nomeados Hélio Alves, Alcides Alfonsin e Luiz Pinhatti. Em nome da imprensa local, falou o sr. Carlos Brandão, elogiando a determinação do grupo, e colocando o jornal a informação à disposição da nova entidade.

Na segunda assembleia geral, foram aprovados por unanimidade os estatutos, e procedeu-se à eleição da nova diretoria definitiva, que ratificou como presidente o Sr. Chequer Buchaim.

Constatamos o registro do recebimento de ofícios de entidades, como a federação das associações comerciais do Rio Grande do Sul, e também do Sr. Governador do Estado, o General Flores da Cunha, reconhecendo a importância da nova entidade que surgiu.

Em março de 1936, a associação reune-se para protestar contra o aumento do imposto de consignação e vendas mercantis, considerado na época, exagerado.

Em setembro do mesmo ano, a proposta de um dos associados, não identificados, de denunciar às repartições públicas locais sobre a atuação de mascates, que sem pagar impostos, efetuavam vendas nesta praça. Podemos observar que problemas com ambulantes não-legalizados, hoje denominados camelos, nao é nenhuma novidade.

As reuniões que aconteciam inicialmente no Clube Aliança, chegaram a ser realizadas no estabelecimento comercial do Sr. Chequer e posteriormente nas dependências do bar Liberal, propriedade do associado Olidio Araujo Peixoto, que mais tarde viria a ser um dos presidentes da nossa associação comercial.

As diretorias foram se sucedendo. Em 1947 os primeiros registros de cursos do SENAC, que foram ministrados com a organização da associação.

Consideramos de extrema importância o fato de em novembro do mesmo ano de 1947 ter acontecido a doação, pelo Sr. Felicíssimo Alfonsin, então presidente, de um terreno em frente à praça Ipiranga (hoje denominada praça Rui Barbosa) para a construção da tão sonhada sede própria da entidade. 

Em abril de 1948 nosso conhecido e versátil Melchiades Afonso Vieira, que tempos depois foi vereador e também prefeito de Tapes, e que já participava na condição de professor na realização de cursos, recebe a incumbência de desenhar a planta do prédio.

Em agosto do mesmo ano é realizada a concorrência para a construção. São apresentadas duas propostas. uma do Sr. Batista José Furno e a outra do Sr. Raimundo Gonzalez, vence o primeiro, com uma proposta considerada mais completa. Com recursos, cotas angariadas entre os associados, é iniciada a obra. Essas cotas seriam devolvidas mais tarde, conforme disponibilidade do caixa da associação, mediante sorteio para definir a ordem deste retorno. Muitos associados acabaram doando as suas cotas, atitude muito elogiada entre os sócios.

A esperada inauguração do majestoso prédio, conforme assim descrito em ata, acontece em 30 de janeiro de 1949, com a presença de 44 associados, seus familiares, autoridades e diversos convidados, que comemoraram o evento com suculento churrasco, regado a choop.

E assim segue a associação, defendendo os interesses do crescente número de associados, regulamentando o funcionamento dos estabelecimentos de sua jurisdição, de forma amplamente democrática.

Uma infinidade de pessoas, passaram por nossa entidade, quer nas diretorias, nas grandes decisões das incontáveis assembleias realizadas neste período, quer na função de empregados contratados, ou simplesmente colaboradores. Portanto é extremamente difícil citar nomes e obras de cada um ou de cada grupo sem incorrer na omissão. Fica pela vontade da atual diretoria a gratidão e o reconhecimento pode este legado que transcende as barreiras do tempo.

• A todos que contribuíram e ainda contribuem para o engrandecimento da nossa Associação Comercial, Cultural e Industrial de Tapes.